terça-feira, 10 de agosto de 2010

Capadócio


Como é doido voltar a ensaiar uma peça. Voltar a viver o Capadócio é legal, esta é uma personagem que me intriga. Sempre quando faço percebo algo diferente que nunca sonhei em saber. Hoje foi assim, por isso que quis vir escrever. Ensaiei sem nenhum acessório da personagem, porém não diminuiu em nada a força dele. O Capadócio sempre foi algo que achei, antes de pegar a personagem, que me engessaria. Tinha medo porque ele era um cara duro, gordo, chato, com passos retos e pequenos. Nunca havia pensado neste lado "gay" dele. Acho que quando descobri isso, no texto, foi revelador, foi mágico conhecer o Capadócio a fundo. Bastante romântico,né? Pois é, só que mesmo assim foi difícil, a minha sorte é que é uma comédia, escrachada, grande, posso graças a Deus exagerar.

Tinha muito medo dele, foi tão dificil encontrar um corpo. Tudo começou a acontecer em um ensaio que o Marquinhos (Marcos Henrique Rego) começou a me mandar fazer um negócio e eu não conseguia. Eu estava muito preso a uma forma REALISTONA, e quando fiquei desesperado fiz uns troços doidos com o corpo,e ele gritou: "É isso, está ai o corpo do Capadócio!" Eu não estava entendendo nada, como que uns pulinhos rídiculos poderiam ser um corpo de um cara sério e gordo? Ai ele me disse: "Tenta andar com este corpo." Ai descobri um andar fabuloso.

Desde momento em diante tudo começou a vir de forma instântanea. Como é bom ir pra casa depois de um ensaio bom. O animo vem e te move, da vontade de nunca parar, você fica em casa procurando descobrir cada pedacinho deste "homem". Por isso ainda me assusto quando descubro que ainda tem coisas dele que eu ainda não conhecia. Como essa vida é otima, como fazer teatro é bom. É tão legal poder ser alguem que no mundo real você não é. Amo muito tudo isso.

Eu não tinha muito o porque contar isso agora, mas estou feliz e queria dividir isso com vocês. Obrigado a todos que já me assitiram e a todos que estiveram comigo e estão neste processo FANTÁSTICO.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

“O que diremos, pois, a respeito dessas coisas?”


Não sei em que vai dar isso aqui. Não sei como ficará este texto. Mas sinto que tenho que escrever. Acabei de assistir a vários filmes, “Letra e Música”, “500 dias com ela”, “Morte no Funeral” e “Código de Conduta”. Hoje é domingo, não tenho nenhum tostão furado no bolso, por isso passei o dia todo em casa. Hoje teoricamente é meu último dia de férias. Férias? Quase que abandonei o trabalho (história longa), ainda tenho ido à Martins, porém não tenho tido aula (só dia 16 de Agosto). Neste momento percebo que está terminando o parágrafo e ainda não entendi o sentido deste texto. O que estou falando?

Certo, vamos ao que viemos. Tenho pensado muito na minha função no Teatro. Digo isso porque estou tentando descobrir qual é o real poder dele na minha vida. O que ele significa de verdade pra mim. A maior dúvida; se eu estiver em cartaz com uma peça, em algum momento, e acontecer de minha mãe morrer, será que eu subo ao palco no mesmo dia? Qual é a importância do Teatro? Qual é o peso dele pra mim?

Tenho tanta coisa pra fazer, tanto o que aprender, o que viver. Acho que se eu pudesse, moraria num palco e passaria vinte e quatro horas vivendo Teatro. Tenho colocado, neste texto, o Teatro com letra maiúscula porque aqui ele é quase uma entidade, é um Ser.

Sempre acreditei que meu caminho na Arte seria diferente. Sempre quis ser bom, às vezes até o melhor. Hoje estou descobrindo que não sou, e não estou triste por isso, pelo contrario. Me sinto uma parte, sou 1/8. Só sou completo, minha Arte só se completa, quando as outras sete partes estão juntas. Não sei até aonde isso vai, nem me interessa, quero só viver, crescer e construir junto com eles. É tão difícil estar, tenho dificuldade de chegar, por isso quando estou quero pegar cada coisa que me dão. Às vezes me sinto pedinte demais, mas eu quero tudo. Cada frase colocada na mesa, cada exercício, cada lágrima derramada, cada abraço dado. Amo tudo, amo muito.

Sinto-me como aquela criança do texto do Cervantes. Preciso desesperadamente de um pedaço de pão, não serve outra coisa tem que ser o pão. Esse pão é o Teatro, é o Grupo, sou eu. Sinto-me como aqueles dois amigos que invadem o campo do inimigo pra roubar o pão. E esse pão que estou roubando não é para eu comer, preciso dá-lo a quem amo. Minha arte não serve só pra me alimentar, ela alimenta a todos que amo.

Tenho medo de estar errado, de estar brigando por algo que não é certo. Fiz uma escolha muito forte, escolhi o Teatro, não escolhi o dinheiro. Me olho no espelho e percebo que poderia ter sido tudo. Alguns me dizem que eu fazer sim Teatro, mas que tenho que ter uma profissão. O que a escolha que eu fiz foi pelo Teatro Profissão. Não sei como vai se dar no futuro. Não tenho ninguém que pode me sustentar enquanto não ganho nada. Minha irmã está tentando, sinto que não vai dar por muito tempo, ela também não pode. Somos uma família diferente e igual a todas. Somos quatro pessoas, sendo que uma dessas é uma criança de oito anos. Queria muito poder dar tudo a essas pessoas. Só que ainda não tenho e não sei como fazer isso. É impossível eu explicar tudo neste texto (se não seria um livro). Sei que no futuro olharei pra trás e verei eu consegui e que todos nós conseguimos. Peço desculpas a todos se sou um peso, se aparento burro, idiota e muitos outros adjetivos que vocês pensem. Mas na verdade eu tenho fé, acredito em mim (acho que até demais), acredito no meu Deus.

Mas vou ser sincero; não tenho emprego, não tenho salário, não tenho poupança, não tenho namorada, não tenho carro, nenhuma proposta de emprego (e todas que chegam são para telemarketing, e não vou mais aceitar isso). O que tenho amigos, família, Martins Pena, amor pelo Teatro, vontade de aprender... Poxa colocando assim, tenho coisa pra caraca (quase que falo um palavrão). É isso que tenho, e é por isso que vou brigar.

Sabe nobre leitor (sempre quis imitar o Machado de Assis), tenho vivido cada coisa doida. O último semestre por exemplo. Pra você ter uma pequena, terminei meu namoro com a mulher que mais amei até hoje (e ainda amo), abandonei meu emprego (coisa que nunca poderia feito em sã consciência), não aceitei fazer uma peça porque me tiraria da Martins Pena, vivi um processo dentro da escola MARAVILHOSO, conheci um Mestre FANTÁSTICO, descobri amigos PERFEITOS dentro da minha turma e pra finalizar, percebi que tudo isso me faz muito feliz. Como? Não sei, mas faz!

Desculpa pela loucura toda deste texto, como eu falei no início, eu não sabia nada que iria escrever, deixei toda maluquice do meu cérebro vir pra cá. Desculpa parece qualquer coisa pra você, não foi minha intenção. Ah, e para aqueles que lêem tudo que escrevo e acham sempre que sou um doente mental e suicida, não quero parecer nada só queria escrever o que estou pensando. Ah, e só pra vocês saberem, minha cabeça é até mais confusa que este texto. Não quero corrigir nada que escrevi, porque tudo nasceu da minha cabeça. Se forem chamar o hospício pra me internar, me avisa pra que eu possa fazer as malas. E como dizem minhas sete partes, “O que diremos, pois, a respeito dessas coisas?”

domingo, 27 de junho de 2010

Em Radar (LS Jack)


É só me recompor
mas eu não sei quem sou
me falta um pedaço teu

Preciso me achar
mas em qualquer lugar estou
rodando sem direção eu vou

Morcego sem radar
voando a procurar
quem sabe um indício teu

Queimando toda fé
seja o que Deus quiser eu sei
que amargo é o mundo sem você

Você me entorpeceu
e desapareceu
vou ficando sem ar
O mundo me esqueceu
meu sol escureceu
vou ficando sem ar
esperando você voltar

É só me recompor
mas eu não sei quem sou
me falta um pedaço teu

Queimando toda fé
seja o que Deus quiser eu sei
que amargo é o mundo sem você

Você me entorpeceu
e desapareceu
vou ficando sem ar
O mundo me esqueceu
meu sol escureceu
vou ficando sem ar
esperando você

Escrevendo minha própria Lei
Desesperadamente eu sei
tentando aliviar
tentando não chorar
por mais que eu tente esquecer
memórias vem me enlouquecer
minha sentença é você

Você me entorpeceu
e desapareceu
vou ficando sem ar
O mundo me esqueceu
meu sol escureceu
vou ficando sem ar
esperando você voltar

domingo, 20 de junho de 2010


Felizes para sempre.

Vivo acreditando num futuro,
que me faça acreditar que o passado foi uma estrada.
O futuro é o amanhã,
daqui a um segundo já é futuro.

A felicidade é a prisão da vida.
Ninguém vive sem pensar em ser feliz.
E a cada segundo que pensamos no futuro
esquecemos do presente
e assim amanhã teremos vivido o passado.

O relógio roda, gira e corre.
Ele não nos pede nada.
Roda, gira e corre.
Roda, gira e corre.
Ele nos prende a observar,
Observar e pensar como será o próximo segundo.

Vivemos pensando,
A cada segundo pensamos:
Como será o segundo seguinte?
Futuro, tempo, vida e felicidade,
Prisão única,
Que nos colocamos
Que nos condicionamos a viver.
E vivemos um falsa vida.
A falsa forma de acharmos
Que somos felizes.
E assim somos
Felizes para sempre.

Markcelo Pires(28 de Junho de 2007)

terça-feira, 1 de junho de 2010

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Tudo mudou!!!

Como é engraçado, hoje depois de muito tempo, não sei ao certo, entro aqui e leio as coisas à baixo. QUE DROGA... Se você está aqui pela primeira vez, não leia o que está escrito nos outros posts. Nada daquilo diz o que penso e ou o que estou sentindo. Pode dizer um pouco do que já senti. E engraçado, pensar daquela forma, me faz sentir um idiota que era tosco e não sabia nem pensar. Que bom que só tem um seguidor no meu blog e que espero que nunca tenha lido as boboseiras nele contida.

Mas sério, juro e me comprometo a mudar isso, vou começar a colocar coisas legais nele. Não sei se verdadeiras, até porque o titulo do blog é; "Ama a arte porque de todas as mentiras talvez seja a menos falsa." (Gustave Flaubert) . Então posso mentir um pouquinho!!!!

Boa então, assumam todas essas verdades nos outros posts como varias grandes mentiras.
Assim fica mais facil de engolir.